Eu sei que o blog é sobre Jaboatão, mas hoje lendo os jornais me deparei com uma notícia bastante empolgante, que acontece no município vizinho, Recife: O Instituto Shopping Recife e seus parceiros, como o Sebrae, o JCPM e o Imip, inaugurou ontem sua sede dentro da comunidade Entra Apulso, que fica localizada nos arredores do Shopping.
Sua Pretensão é oferecer à comunidade cursos de capacitação, como administração, empreendedorismo, vendas, portaria, recepção e outros cursos voltados para a qualificação profissional. Com isso a instituição visa aumentar as chances de inserção dos moradores da comunidade no mercado de trabalho, tanto através de contratação pelo próprio shopping, quanto pelo mercado de trabalho em geral.
De acordo com a diretora executiva do Instituto Shopping Recife, Lygia Leite, a Entra Apulso enfrenta problemas de infraestrutura urbana, desemprego, subemprego, moradia precária e baixa escolaridade. "Muitos não concluem o 2º grau por falta de perspectiva de futuro, mas essa é a escolaridade mínima para conseguir emprego em vários locais, como o shopping", afirma ela.
Dados apresentados na ocasião e recolhidos no Programa de Saúde da Família (PSF) que atende ao local, mostram que a comunidade tem 5.796 habitantes, distribuídos em 1.537 domicílios cadastrados. A taxa de analfabetismo é de 6,8% na faixa etária dos 15 aos 17 anos e de 11,9% na que vai dos 18 a 24 anos. A renda média da população é de R$ 235, sendo que 22,9% dos moradores não têm rendimento, 34,2% ganham até um salário mínimo e 28,1% sobrevivem com um a dois salários mínimos.
O investimento inicial para a construção da sede com área de convivência, três salas de aula, uma biblioteca, um laboratório de informática, foi de R$ 700 mil. Para manter o Instituto funcionando, pagar contas e salários dos funcionários, o gasto anual chega a R$ 900 mil.
Eu sei que haverá quem diga que o shopping só está fazendo isso para conseguir mais clientes, e que seja! Porém o que mais importa é que ele está tentando melhorar a condição de vida de uma comunidade inteira, sem esperar pelo poder público.
Vale ressaltar desse exemplo dois pontos fundamentais:
- A fragilidade dos governos em atender às reais necessidades dos povos mais pobres, provendo, não só alimentos, mas também a formação profissional, afim de que o cidadão possa, ele mesmo, prover o seu sustento e não ficar dependendo a vida inteira dos benefícios do governo.
- A força da união da iniciativa privada para agir nas falhas dos governos em atender a população mais carente, agindo de forma planejada e eficiente na causa dos problemas da comunidade. Quem dera ações como essa se multipliquem, possibilitando a formação de cidadãos mais conscientes das suas obrigações e dos seus direitos!!
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